Você sabe o que é BRAX11, o ETF que replica o índice IBrX-100? Neste artigo, iremos falar tudo sobre ele, expondo a nossa opinião sobre se vale, ou não, a pena investir nesse ativo.
O mercado de ETFs, também conhecido como Fundos de Índice, está cada vez mais aquecido, com o número de investidores e Fundos ofertados em constante crescente.
De acordo com o Boletim Mensal ETF da B3 de julho, o número de investidores com posição em custódia em dezembro de 2020 era de 242 mil.
Em julho de 2021, esse número já se aproxima dos 458 mil.
Dessa forma, com o crescimento de ETFs, é importante o investidor saber o que são e quais os produtos disponíveis para negociação.
De maneira geral, os ETFs (Exchange Traded Fund) compõem uma classe dos Fundos de Investimentos.
Esses tipos de Fundo operam em gestão passiva.
Ou seja, eles buscam replicar a performance de algum índice – chamado também de benchmark.
O gestor, nesse caso, não tenta superar o índice, apenas replicar sua performance.
Como consequência desse modo de gestão, os Fundos de Índice não cobram taxas de performance, e a taxa de administração é menor quando comparada à dos outros modelos de Fundos.
Ademais, os ETFs podem replicar diversos índices do mercado financeiro, tanto do Brasil quanto do exterior.
Por exemplo, IVVB11, um dos ETFs mais tradicionais do nosso mercado, replica o S&P 500.
Além desse, temos também o TECK11, outro produto que replica um índice internacional – no caso, o NYSE FANG+.
Entretanto, no Brasil, também temos Fundos que replicam índices importantes do nosso mercado.
O BOVA11, principal ETF da Bolsa brasileira, replica o Ibovespa, o qual é o principal indicador acionário da B3.
Outro ETF disponível no Brasil é o BRAX11, cujo seu benchmark é o IBrX-100. Pouco conhecido em nosso mercado em comparação ao ETF anterior, o BRAX11 tem pontos bastante positivos.
A seguir, trazemos este artigo a você, investidor, com intuito de apresentar o BRAX11 e expor a nossa opinião sobre o Fundo.
O que é BRAX11?
O iShares IBrX-Índice Brasil (IBrX-100) Fundo de Índice, ou simplesmente BRAX11, é um ETF que busca replicar o Índice Brasil (IBrX-100), o qual representa o desempenho médio das cotações das 100 empresas mais negociadas na Bolsa.
Ou seja, o Fundo tem como objetivo replicar a carteira teórica de ativos do IBrX-100.
Além disso, o Fundo é gerido pela BlackRock e cobra uma taxa de administração de 0,20% ao ano.
O produto foi lançado em 22 de fevereiro de 2010, sendo, portanto, um dos primeiros ETFs negociados no Brasil.
Em suma, podemos dizer que o Fundo em questão busca retornos de investimentos que correspondam ao desempenho do IBrX-100.
Como funciona o BRAX11?
Conforme já citado, o Fundo em questão é classificado como um Fundo de Índice.
Portanto, ele busca replicar o desempenho de algum índice – neste caso, o IBrX-100.
Diferentemente do que acontece em outras classes de Fundos, como o de Ações e os Multimercados, os ETFs são negociados em Bolsa.
Importante destacar que, por se tratar de um Fundo com gestão passiva, o gestor segue a política de investimentos do Fundo sem realizar uma gestão ativa antes de fazer a alocação.
Além disso, o Fundo tem uma política de investimento que consiste em aplicar, no mínimo, 95% de seu patrimônio em ações do IBrX-100.
Os outros 5% restantes podem ser direcionados a investimentos não relacionados ao índice.
Ademais, para as ações estarem aptas a fazerem parte da composição do Índice Brasil, elas precisam seguir alguns critérios.
Dentre os critérios, estão:
- As ações devem estar entre as 100 primeiras em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN);
- Estarem 95% dos pregões;
- Terem 0,1% do volume financeiro no mercado à vista (lote-padrão);
- As ações não podem ser classificadas como penny stocks (papéis negociados na casa dos centavos).
Quais as principais empresas do BRAX11?
Dentre as empresas que compõem o IBrX-100 e, consequentemente, o BRAX11, podemos destacar algumas, como:
- Vale (VALE3)
- Itaú (ITUB4)
- Petrobras (PETR4/PETR3)
- Bradesco (BBDC4)
- B3 (B3SA3)
- Ambev (ABEV3)
- Weg (WEGE3)
- Itaúsa (ITSA4)
- Magazine Luiza (MGLU3)
- Notre Dame Intermédica (GNDI3)
Vale a pena investir no BRAX11?
Bom, antes de qualquer análise, importante ressaltar que cabe a você, investidor, saber se tal investimento corresponde ao seu perfil e às suas necessidades.
Dito isso, o ETF em questão replica um índice com os 100 ativos mais negociados e mais representativos do mercado acionário brasileiro.
Agora, você deve estar se perguntando: o Ibovespa também não é um índice com os ativos de maior volume de negociação?
A resposta é sim.
Então, qual a diferença entre o Ibov e o IBrX-100?
A resposta é simples: praticamente nenhuma.
As principais diferenças entre esses índices são: (i) o IBrX-100 prioriza, para a seleção das empresas que fazem parte de sua carteira teórica, um valor de mercado mais alto, enquanto o Ibovespa não faz isso; e (ii) a quantidade de empresas em cada um deles.
Entretanto, o Ibovespa, de acordo com as prévias de sua nova carteira teórica, pode passar a ter mais de 90 ações.
Dessa forma, ambos os índices – e, por consequência, ETFs – possuem em suas carteiras um grupo de ações muito semelhante.
A principal diferença entre eles é que o IBrX-100 e o BRAX11 trazem uma diversificação um pouco maior.
No quesito de Patrimônio Líquido, o BOVA11, que replica o Ibovespa, leva vantagem.
O ETF, além de ser negociado desde 2008, é o principal Fundo de Índice do mercado.
O Patrimônio Líquido do Fundo é superior a R$ 14 bilhões.
Por outro lado, o Patrimônio do BRAX11 é menor na comparação.
Podemos dizer que, por representar um índice não tão conhecido quanto o Ibovespa, sua procura acaba sendo menor.
O Fundo tem um Patrimônio Líquido de R$ 70 milhões.
Para se ter uma ideia, vamos fazer uma comparação entre os dois ETFs.
Com data de referência em 30 de agosto, nos últimos 6 meses, o BOVA11 teve uma rentabilidade de 8,84%, enquanto a do BRAX11 foi de 8,78%
No YTD (Year To Date, que é o recorte no acumulado do ano), o BRAX11 leva vantagem, com uma valorização de 1,91% contra 0,97% do BOVA11.
Quando pegamos um recorte mais amplo, nos últimos 5 anos, a vantagem do BRAX11 é maior.
O Fundo tem uma valorização de 108,18% nesse período, enquanto a do BOVA11 é de 99,48%.
Podemos perceber que o ETF que replica o IBrX-100 leva vantagem em quase todos os recortes.
Isso pode ser explicado por ter uma maior exposição a ativos mais consolidados, apesar de a diferença não ser tão grande atualmente.
Nesse sentido, se pegarmos o recorte de 5 anos, por exemplo, a diferença de rentabilidade é ainda maior.
O Ibovespa era mais restrito e, por consequência, era menos exposto aos ativos mais negociados.
Diferentemente do Índice Brasil 100, que sempre teve exposição às 100 ações mais negociadas na Bolsa.
Importante ressaltar que os ativos mais negociados também tendem a serem os mais consolidados.
Além disso, como já dito anteriormente, o BRAX11 considera o valor de mercado para a sua composição, o que também o faz selecionar empresas mais consolidadas.
Assim como todos os investimentos, o BRAX11 também tem suas vantagens e desvantagens.
Vantagens
Dentre as vantagens do Fundo, podemos citar a diversificação e praticidade de investimento.
O investidor, ao investir no ETF, estará exposto aos 100 papéis mais negociados na Bolsa de Valores.
Além disso, o produto pode ser uma boa porta de entrada para investidores iniciantes no mercado de renda variável.
Desvantagens
Por outro lado, temos as desvantagens.
O Fundo cobra uma taxa de administração de 0,20% ao ano.
Apesar do valor não ser alto, o investidor deve ficar atento, pois as taxas podem afetar a rentabilidade do Fundo.
Ademais, a falta de liberdade de escolha também é outro ponto negativo.
O ETF possui um gestor, o qual é responsável por administrar e seguir a estratégia pré-definida pelo Fundo.
Conforme citado anteriormente, vale relembrar que os ETFs são geridos em gestão passiva.
Dessa forma, em Fundos de Índice, a estratégia consiste sempre em seguir um índice.
Ou seja: seguir porcentagens e alocações definidas por quem gere esse índice.
Por isso, se uma das empresas que compõem o IBrX-100 estiver com suas ações caindo, não há nada que o investidor possa fazer.
Assim, o Fundo, como mencionado acima, pode ser uma boa opção para os investidores que são iniciantes no mercado de renda variável e não possuem experiência para gerir uma carteira de maneira ativa.
Portanto, a decisão final é sempre sua, investidor, que deve analisar os pontos positivos e negativos para saber se o investimento se encaixa em suas expectativas.
Como investir no BRAX11?
O processo de investimento no Fundo é simples e ocorre de forma similar aos outros Fundos de Índice do mercado.
O investidor interessado em aplicar no Fundo precisa abrir uma conta em alguma corretora de investimentos.
Por fim, após a abertura da conta, através da home broker da corretora, o investidor consegue comprar as cotas através do ticker.
Quer saber mais sobre o mundo dos ETFs? Recomendamos a leitura deste nosso artigo: Você sabe o que são ETFs? Entenda como eles funcionam aqui!
Esperamos que este artigo tenha ajudado você, investidor, a entender melhor o BRAX11.
Caso tenha alguma dúvida, deixe seu comentário abaixo. Estamos sempre prontos para ajudá-lo!