É inegável que as criptomoedas têm ganhado um espaço cada vez maior no cenário brasileiro de investimentos, principalmente do fim de 2020 para cá.

E não à toa.

Afinal, somente em 2021, o Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, teve uma valorização de aproximadamente 146,5%.

É nesse contexto de popularização que surgiram, nos últimos tempos, os Fundos de Criptomoedas em nosso mercado.

Porém, o que é melhor: investir diretamente em criptomoedas ou investir nelas por meio de Fundos de Criptomoedas?

Neste artigo, nós, da Levante Advice, traremos tudo de mais importante sobre esse tipo de Fundo para você. Além disso, faremos um panorama dos que já existem em nosso mercado.

Boa leitura!

Fundos de Criptomoedas: o que são?

Basicamente, parte desses Fundos é igual à Fundos de Investimento de outras categorias, como os Fundos de Ações e os Multimercados.

Inclusive, nesse caso, eles são classificados pela CVM como Multimercados, pois ainda não temos uma segmentação própria para esse tipo de produto.

Na verdade, no Brasil, apenas um dos Fundos de Criptomoedas tem essa estrutura. Nos outros dois, temos ETFs.

Assim, vale lembrar um pouco a estrutura dos ETFs.

De maneira geral, esses Fundos de Índice, como também são chamados, operam em gestão passiva, buscando replicar a rentabilidade do índice (benchmark) que acompanham.

Desse modo, eles não têm como objetivo superar os retornos desse índice, apenas “alcançá-lo”.

Outra particularidade dos ETFs é que eles são Fundos que (apenas) podem ser negociados em pregão da Bolsa, como se fossem uma ação ou algo do tipo.

Além disso, a composição da carteira deles é “aberta 24 horas por dia”, pois, para o investidor saber em que ativos um ETF investe, baste que ele olhe o índice de referência que ele replica.

Agora, falemos um pouco sobre os Fundos de Criptomoedas disponíveis em nosso mercado.

Quais os Fundos de Cripto do nosso mercado?

Atualmente, no Brasil, temos três Fundos de Criptomoedas: dois ETFs e um Multimercado.

No segundo caso, o Fundo é o BTG Pactual Bitcoin 20 FIM, composto por 55% de LTF, 20% de Bitcoin, 20% de CDB BTG Pactual e 5% de operações compromissadas.

O Fundo possui taxa de administração de 0,5% ao ano e não possui taxa de performance. A aplicação inicial mínima é de R$ 1,00 – ou seja, o Fundo é bastante acessível.

Há, também, o famoso Hashdex Nasdaq Crypto Index Fundo de Índice (HASH11), um ETF que replica o Nasdaq Crypto Index (NCI). Esse é o primeiro ETF de criptomoedas do Brasil.

O índice replicado tem a seguinte composição:

Fundos de Criptomoedas (HASHDEX CRYPTO INDEX)

Fonte: Site oficial da Hashdex (acesso em: 07/05/2021)

Ademais, o ETF possui taxa de administração de 0,5% ao ano, tem os ganhos taxados em 15% e não possui IOF (nem come-cotas).

Já o último ETF é o QR BTC MAX FIM IE (QBTC11), que possui sua carteira composta por 100% de Bitcoin. O Fundo possui taxa de administração de 0,9% ao ano e aplicação inicial mínima de R$ 1.000,00.

Assim como o HASH11, ele também possui 15% de taxa sobre ganhos.

Agora, vamos à grande questão: vale a pena investir em Fundos de Criptomoedas?

Vale a pena investir em Fundos de Criptomoedas?

Bom, a resposta é: depende.

No caso do Fundo do BTG, a exposição ao Bitcoin é bastante reduzida, de apenas 20%.

Por um lado, para investidores que buscam maior segurança, essa é uma opção viável, já que a parcela de Renda Fixa (80%) pode servir como um “hedge” para as oscilações da criptomoeda.

Por outro, investindo no Fundo, você deixa de se aproveitar por completo das altas do Bitcoin, já que parte do seu dinheiro estará exposta a outros ativos – que possuem menor potencial de alta.

Já no caso dos ETFs, o HASH11 pode ser visto como um pouco mais “arriscado” que o QBTC11, pois investe em uma cesta de criptomoedas que possui algumas não tão estáveis como a principal do mercado.

Porém, por isso mesmo, o HASH11 pode trazer maiores ganhos, a depender da variação (para cima, é claro) de algumas das criptomoedas que o compõem – que são, naturalmente, mais suscetíveis a maiores disparos por serem ainda não tão consolidadas como o Bitcoin.

Ademais, vale destacar que, quando falamos de Fundos de Criptomoedas – e de cripto no geral –, “diversificação” pode não ter o mesmo efeito que tem no caso das ações e dos investimentos tradicionais.

Por fim, o QBTC11 poderia ser visto como o mais padrão de todos eles. É 100% investido em Bitcoin, o que pode ser o ideal para aqueles que preferem ter seus investimentos alocados apenas na principal moeda (e mais relevante) do mercado digital.

Agora, após tudo isso, vale a pena de fato investir nesses Fundos?

O maior problema, investidor, são as taxas. Principalmente no caso do Fundo do BTG, pois você as pagará, em boa parte, para manter seu dinheiro investido majoritariamente em Renda Fixa.

Nos outros, é claro, essas taxas também existem. Aliás, nos ETFs, há alguns problemas característicos:

- Você paga sempre 15% sobre qualquer lucro;

- O dinheiro fica em reais (moeda fraca);

- Custódia e legislação brasileira;

- Não é possível negociar 24/7.

Assim, vale a pena você colocar na balança se prefere acompanhar, por exemplo, um índice como o Nasdaq Crypto Index, que tem uma seleção de criptomoedas feita por profissionais do mercado, e pagar taxas por isso ou investir por conta própria, por meio de uma Exchange (corretora de criptomoedas) que lhe possibilite fazê-lo.

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