Você sabe o que é DIVO11, o ETF que replica o índice de dividendos? Neste artigo, iremos falar tudo sobre ele, expondo a nossa opinião sobre se vale, ou não, a pena investir nesse ativo.

Os ETFs, também conhecidos como Fundos de Índice, são uma classe de Fundos de Investimento que está em alta no mercado financeiro.

Dentre os ativos dessa classe, temos, por exemplo, os que buscam replicar o Ibovespa – como o BOVA11 -, os que replicam índices internacionais – como o IVVB11 – e aqueles que buscam replicar índices de criptomoedas – como é o caso do QBTC11.

E isso só para citar alguns.

Além desses, existe também o DIVO11, ETF que replica o IDIV – índices de dividendos.

Empresas conhecidas por serem boas pagadoras de dividendos são muito procuradas pelos investidores na Bolsa de Valores.

Por meio do DIVO11, os investidores conseguem acessar essas empresas e, ao mesmo tempo, construir uma carteira de investimentos diversificada.

Dentre as empresas boas pagadoras de dividendos, podemos citar os bancos.

As instituições desse segmento não têm muitos motivos para reinvestir seus ganhos. Por isso, costumam ser boas pagadoras de dividendos.

Em suma, a principal atratividade dessas empresas são os dividendos. Porém, o DIVO11 não os distribui – assim como outros ETFs.

Portanto, a principal questão que fica em relação ao DIVO11 é a seguinte: Por que investir em um Fundo que replica as principais empresas pagadoras de dividendos do nosso mercado se ele não distribui, na prática, dividendos?

Primeiro, antes de responder a essa questão, é importante entender o que é esse Fundo e suas características.

O que é DIVO11? 

O DIVO11 é um ETF da Itaú Asset Management que foi criado em 2012.

Ele possui como benchmark o IDIV - o índice da Bolsa que possui em sua carteira teórica as principais empresas pagadoras de dividendos do nosso mercado.

Assim, o It Now IDIV Fundo de Índice tem sua rentabilidade atrelada ao desempenho de uma seleção de ações negociadas na B3 que mais pagam dividendos.

Isso, portanto, significa dizer que o investidor que decidir comprar cotas do DIVO11 estará exposto ao desempenho dos papéis da Bolsa que mais distribuem dividendos aos seus acionistas.

Aqui, temos um ponto importante para relembras.

Como dissemos, o DIVO11 não paga dividendos.

Assim como outros ETFs que investem em empresas pagadoras de dividendos, o DIVO11, na prática, "reinveste os dividendos" recebidos pelas empresas em que ele investe.

Esse movimento acaba valorizando suas cotas.

Já no caso de o investidor alocar diretamente em ações, o valor do provento cai diretamente na conta dele.

Continuando, de acordo com o Itaú, o Fundo investe no mínimo 95% de seu patrimônio em ações do IDIV, em qualquer proporção, ou em posições compradas no mercado futuro do Índice.

Em relação aos outros 5%, segundo informações no site da gestora, o Fundo poderá deter ações e outros ativos não incluídos no IDIV, desde que estes constituam Investimentos Permitidos.

Ademais, o ativo adota o método de otimização da composição da carteira. Ou seja: ele visa à redução de custos de transação, à facilitação do processo de integralização e ao resgate de cotas.

Importante também destacar que o Fundo é indicado a investidores em geral e conta com uma taxa de administração de 0,50%.

Os ETFs – e, portanto, o DIVO11 – não cobram taxa de performance.

Processo de inclusão no índice

Para estar elegível a fazer parte do IDIV, as ações das empresas precisam atender a alguns critérios.

Dentre os principais, vamos destacar alguns dos mais importantes.

Primeiro, para uma ação estar elegível, ela precisa estar dentro dos 33% do total de ativos com os maiores dividend yields do período de 36 dias antes da formação de carteira.

Além desse critério, as ações precisam estar presentes em, no mínimo, 95% das sessões de negociação na Bolsa de Valores.

Ficam de fora do índice empresas com ações penny stock – valor de ação menor que R$ 1,00 – e companhias que não distribuíram dividendos nos 4 últimos quadrimestres antes da formação da carteira.

Vale a pena investir no DIVO11? DIVO11 x Ibovespa 

Neste tópico, vamos comentar um pouco sobre a performance do Fundo em relação ao Ibovespa.

Em relação a valorização em 2021, o DIVO11, até o dia 23 de junho, teve um retorno próximo a 6,12%.

Esse retorno fica abaixo do Ibovespa, o qual tem uma valorização de aproximadamente 9,11% no ano.

Nos últimos 12 meses, a situação também é a mesma.

O DIVO11 tem valorização de aproximadamente 25%, enquanto o Ibovespa passa da casa dos 35%.

O que esses dados querem dizer?

A interpretação é a seguinte.

Esses números significam que, para os investidores que buscam por valorização, ETFs que repliquem o Ibovespa podem ser uma escolha mais interessante.

Dessa forma, o BOVA11 e BOVX11, por exemplo, podem ser opções mais adequadas.

Por outro lado, desde a criação do DIVO11 – em 31 de janeiro de 2012 -, o Fundo está performando mais de 30% a mais que o Ibovespa.

Além disso, os dados de volatilidade (dado de risco) também são favoráveis ao ETF.

Nos últimos 12 meses, com data de referência em 25 de junho, a volatilidade anualizada do Ibovespa está em 21,36%.

Enquanto isso, no mesmo período e com a mesma data de referência, a volatilidade anualizada do DIVO11 é de 19,15%

Ou seja, podemos concluir que o Ibovespa tem chances de trazer melhores rentabilidades ao investidor no curto/médio prazo.

O DIVO11, entretanto, pela natureza das empresas em que investe, pode performar melhor a longo prazo.

Como, na verdade, já está acontecendo.

Geralmente, boas pagadoras de dividendos tendem a ser companhias maiores, mais saudáveis e mais consolidadas. Portanto, tendem a ter uma valorização mais constante.

Vantagens e desvantagens do DIVO11 

Como mencionado, o DIVO11 investe em empresas que já são mais consolidadas, as quais são boas pagadoras de dividendos.

Essas empresas tendem a ter um resultado positivo ao longo do tempo e a sofrer uma oscilação menor.

Em outras palavras, sofrem menos volatilidade.

Agora, vamos às vantagens e desvantagens do DIVO11.

Vantagens 

Dentre as vantagens, tem duas que estão interligadas: a praticidade e a diversificação.

Investir em ETF é prático e, ao mesmo tempo, ajuda o investidor a diversificar sua carteira de investimento.

O investidor precisa apenas comprar uma cota do Fundo para conseguir ter acesso a todos os ativos do ETF.

Desvantagens 

As desvantagens estão relacionadas aos próprios dividendos e sobre não ter liberdade de escolha.

Primeiro, temos o fato de o investidor não poder ter acesso aos dividendos, os quais já são automaticamente reinvestidos pelo Fundo.

A segunda desvantagem consiste na falta de liberdade do investidor.

Por se tratar de um Fundo, o ativo possui um gestor, o qual irá administrar e seguir a estratégia pré-definida – mesmo se tratando de um ETF, que é gerido em gestão passiva.

Por exemplo, se uma das empresas que é boa pagadora de dividendos estiver com suas ações afetando negativamente a rentabilidade do Fundo, não há nada que o investidor possa fazer.

Portanto, cabe ao investidor analisar o que se adequa mais ao seu perfil de investidor e a seus objetivos no momento.

Quais as principais empresas do DIVO11? 

Dentre as empresas que compõem o índice Dividendos e, consequentemente, o DIVO11, podemos citar algumas de grandes destaques na B3, como:

  • Cemig (CMIG3/CMIG4)
  • Itausa (ITSA4)
  • Itaú Unibanco (ITUB3/ITUB4)
  • Santander (SANB11)
  • Taesa (TAEE11)

Como investir no DIVO11? 

O processo para investir no DIVO11 é relativamente simples e funciona de forma similar aos outros ETFs do mercado.

Portanto, o investidor que tiver interesse em contar com o Fundo na carteira de investimento precisa abrir uma conta em uma corretora e adquirir as cotas através do ticker na home broker da corretora.

Além das cotas, como já citado, o ativo conta com uma taxa de administração de 0,50% ao ano.

O valor da taxa é menor que em outros modelos de Fundos, mas está no limite para ser considerada alta entre os Fundos de Índice.

Por fim, o valor da taxa deve ser levado em consideração pelo investidor no momento de decidir se quer investir ou não.

Quer saber mais sobre o mundo dos ETFs? Recomendamos a leitura deste nosso artigo: Você sabe o que são ETFs? Entenda como eles funcionam aqui!

Esperamos que este artigo tenha ajudado você, investidor, a entender melhor o DIVO11.

Caso tenha alguma dúvida, deixe seu comentário abaixo. Estamos sempre prontos para ajudá-lo!

COMPARTILHE ESTE ARTIGO
Compartilhe Compartilhe Compartilhe Compartilhe