O cenário doméstico do Brasil nos últimos meses não tem sido dos melhores para as ações e, consequentemente, para os Fundos de Ações. A indefinição no tocante à PEC dos Precatórios e aos pagamentos do Auxílio Brasil aumentaram o temor do mercado em questão a um possível furo no teto de gastos. Além desses fatores, a inflação e a escalada da taxa de juros também contribuem para o contexto de incertezas.

Como consequência dos cenários político e econômico do Brasil, o Ibovespa registrou em outubro a pior queda do ano, derrapando -6,74%.

Conforme citado anteriormente, os Fundos de Ações também têm sofrido com a situação do mercado brasileiro. O impacto no retorno das carteiras dos Fundos de Ações foi importante para que a captação líquida ficasse negativa em R$ 6,1 bilhões em outubro na classe. Segundo dados da Anbima, tal resultado é o pior desde janeiro, mês em que os Fundos de Ações registraram uma captação líquida negativa de R$ 23,1 bilhões.

"As incertezas quanto ao equilíbrio fiscal levaram à quarta queda consecutiva do Ibovespa, de 6,74% em outubro, e contribuíram negativamente sobre a captação do segmento", avalia Pedro Rudge, diretor da Anbima.

Entretanto, no ano, a captação ainda é positiva em R$ 2,6 bilhões. Na comparação com janeiro e dezembro do ano passado, esse valor representa apenas uma pequena parcela. Em 2020, o saldo líquido foi de R$ 70 bilhões.

Ademais, não foram só os Fundos de Ações que tiveram um mês ruim em outubro. Os Fundos Multimercados, com o impacto do cenário macroeconômico, tiveram um resgate líquido R$ 12,5 bilhões. Os Fundos de Previdência também entram nesse grupo, com os resgates superando as aplicações em R$ 126 milhões. Para fechar o grupo dos que ficaram negativos em outubro, os Fundos Cambiais tiveram uma captação líquida negativa de R$ 322,3 milhões.

ETFs seguem em ritmo de crescimento

O aumento no número de produtos ofertados e o maior interesse dos investidores brasileiros em ETFs contribuíram para que a captação da classe ficasse positiva em R$ 3,5 bilhões no mês de outubro. No ano, os depósitos líquidos somam R$ 10,3 bilhões.

Para se ter ideia, há, atualmente, 57 Fundos de Índice (outra nomenclatura para ETFs) sendo negociados na B3 – 50 de renda variável e 7 de renda fixa.

Fundos de Renda Fixa em alta com taxa de juros

Por fim, importante ressaltar o crescimento dos Fundos de Renda Fixa. As recentes altas da taxa de juros têm contribuído para essa classe de Fundos, com os depósitos líquidos registrando R$ 17,4 bilhões em outubro.

Assim, no ano, a captação dos fundos de renda fixa chega a R$ 255,2 bilhões, maior valor anual já registrado desde 2002.

"O volume de captação líquida dos fundos de renda fixa em 2021 indica a atratividade da classe, que é responsável por mais da metade do saldo de todos os tipos de fundos no ano. Com a expectativa de alta da taxa Selic, a tendência é que a procura dos investidores por esses produtos aumente nos próximos meses", finaliza Rudge.

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