As ações da CPFL Energia (CPFE3; CPFE3F), presentes no segmento Novo Mercado da Bolsa de Valores (B3), são vendidas na Bovespa desde 2004.

Por sua vez, a história da holding que gera, comercializa, distribui energia elétrica e promove sinergia entre as empresas do grupo, começou em 1912, a partir da fusão entre quatro pequenas empresas de energia que originou a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Repassada ao atual controlador em 1997, o Grupo VBC, a CPFL Energia, antes denominada “Draft II”, foi constituída no ano seguinte.

Com operações nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, seus segmentos de atuação são divididos em:

  • Distribuição: com 14% de market share, por meio de suas quatro distribuidoras;
  • Geração convencional: sua subsidiária, CPFL Geração, tinha uma capacidade instalada em de 2.173 MW em setembro de 2019 e participação em oito usinas hidrelétricas;
  • Geração de energia renovável: a partir da CPFL Renováveis, a holding gera energia de fontes renováveis (eólicas, térmicas a biomassa, PCHs e solar);
  • Comercialização: por meio da sua subsidiária CPFL Brasil;
  • Serviços: relacionados ao setor, entre projetos, construção e outros.

Em maio de 2006, os papéis da holding (CPFE3) eram negociados a, em média, R$ 31,39, mas esse preço já havia disparado para R$ 44,86 cinco anos depois. Desde então, as ações da CPFL Energia começaram a declinar e, atualmente, oscilam em meio a um cenário de crise instaurado pela pandemia de covid-19. Em outubro de 2020, os ativos giravam em torno de R$ 28,57.

 

Resultado da CPFL (CPFE3) do 4T20

Na quinta-feira, 25 de março, após o fechamento do mercado, a CPFL Energia (CPFE3) anunciou o seu resultado no 4T20.

Em suma, o resultado veio abaixo das expectativas em termos de Ebitda e de lucro líquido. Isso se deveu ao menor volume de vendas e às maiores despesas no período.

Como o resultado foi divulgado ainda nesta semana, não é possível traçar de maneira clara seus impactos nas ações da CPFL (CPFE3).

A companhia reportou um menor volume de vendas de distribuição. O seu volume total contraiu em 1,3% na comparação anual.

O recuo ocorreu, principalmente, por conta da maior queda nos segmentos industrial (-13,1% no ano contra ano) e comercial (-11,0%). A contração foi parcialmente compensada pela alta de 5,5% no segmento residencial.

De forma consolidada, a receita operacional líquida da CPFL Energia registrou uma alta de 15,6% no ano contra ano. Ela totalizou R$ 9,3 bilhões no 4T20.

No acumulado do ano, esse avanço foi mais contido, de 3,2%, totalizando R$ 30,9 bilhões em 2020.

No tocante ao Ebitda consolidado reportado pela empresa, ele exibiu um aumento de 10,4% na comparação anual, registrando R$ 1,9 bilhão no trimestre. Esse valor veio abaixo das expectativas do mercado.

A linha foi impactada pelo maior custo da energia comprada para revenda, que contou com um aumento de 7,5% no ano contra ano. Esse aumento foi influenciado, principalmente, pela alta no preço médio de compra de Itaipu, de 28,4% (+ R$ 197 milhões), em função da variação cambial e dos contratos dolarizados da empresa.

Ademais, a CPFL apresentou, também, uma leve piora em sua linha de despesas, com um aumento de 12,2% na comparação ano contra ano de seu PMSO (Pessoal, Material, Serviços e Outros). Desse modo, ela atingiu R$ 1,2 bilhão no 4T20.

Esse aumento de correu, principalmente, de um aumento nas despesas legais e judiciais (processos trabalhistas, cíveis e regulatórios) de 181,6% na comparação anual (R$ 84 milhões), além do aumento da linha de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) de 37,4% (R$ 14 milhões).

Já no caso do lucro líquido reportado pela CPFL no trimestre, a companhia registrou um avanço de 14,6% no ano contra ano, totalizando R$ 964,6 milhões. Mais uma vez, abaixo das expectativas do mercado.

Em suma, seu lucro foi impactado pela piora de seu resultado financeiro, o qual, na comparação anual, teve seu recuo agravado em 6,2% (R$ -172,7 milhões no 4T20).

Por fim, a CPFL reportou a proposta de seu Conselho de Administração sobre a distribuição de R$ 1,73 bilhão em dividendos aos detentores das ações ordinárias da companhia. Esse dividendo é referente a um payout de 50%. O valor proposto corresponde a R$ 1,50 por ação, relativo ao exercício fiscal de 2020. Ou seja: um retorno em dividendos de 4,9%. A Assembleia Geral Ordinária da Companhia será realizada no dia 30 de abril de 2021.

Ao final do quarto trimestre de 2020, as ações da CPFL estavam cotadas a, aproximadamente, R$ 32,00.

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