As ações da Cemig (CMIG4), uma das principais concessionárias de energia elétrica do Brasil, compõem o Índice Bovespa, o mais importante índice de ações da B3.
Fundada em 1952 - pelo ex-Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek de Oliveira, que, na época, governava o Estado de Minas Gerais -, a Companhia Energética de Minas Gerais S.A. atualmente detém participação em 89 usinas.
Dividida entre 80 hidrelétricas, 06 eólicas, 02 fotovoltaicas e 01 termoelétrica, há no total uma capacidade instalada de 6,1 Gigawatts.
Com projetos em geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia elétrica e com soluções energéticas e de gás natural, a Cemig, uma sociedade de economia mista e de capital aberto, controlada pelo governo de Minas Gerais, diversifica seus investimentos em fontes renováveis - tais como energia solar e biomassa.
Presente em 22 Estados brasileiros, no Distrito Federal e no Chile, uma das suas primeiras obras de grande porte foi a hidrelétrica de Três Marias. Desde então, a companhia ampliou seu portfólio, consolidando-se como líder no setor de empresas de energia integrada.
Em 2006, a Cemig tornou-se controladora de 26,06% da Light Rio, distribuidora de energia que atende à capital e a outros municípios do Estado Rio de Janeiro.
Recentemente, em 2018, ela investiu R$ 1.858 milhões para manter e expandir seus sistemas de geração, distribuição, mas também o seu parque de transmissão. Atualmente, a companhia está na mira da agenda de privatizações, fato que movimenta as cotações da Cemig na Bolsa de Valores.
Em 2006, os papéis valiam cerca de R$ 9,19, mas esse preço disparou para R$ 24,93 seis anos depois, em meados de agosto de 2012.
No cenário atual, afetado pelos impactos da pandemia da Covid-19, as ações da Cemig (CMIG4) tentam retornar ao patamar de R$ 14,37 apurado em fevereiro de 2020, período que antecedeu à crise. No entanto, a ação da concessionária elétrica, em outubro de 2020, era negociada a cerca de R$ 10,91.
Resultado da Cemig (CMIG3/CMIG4) do 4T20
Na noite do dia 26 deste ano, a Cemig (CMIG3/CMIG4) o seu resultado do quarto trimestre de 2020 após o fechamento do mercado.
Em suma, o resultado veio acima das expectativas em dois pontos: Ebitda e lucro líquido, tendo sido beneficiado pelo maior volume de vendas de distribuição e pela redução das despesas operacionais da companhia.
Os impactos do resultado nas ações da Cemig (CMIG3/CMIG4) podem ser visto como levemente positivos.
Ademais, a empresa relatou um maior volume de vendas de distribuição, com seu volume total avançando em 2,3% na comparação ano com ano.
Esse resultado se deu pela redução de 5,5% de seu mercado cativo, compensado pelo aumento de 12,8% no uso da rede pelos clientes livres.
O avanço foi mais expressivo, quando olhamos ao segmento de consumo, reside no setor residencial. A alta reportada pela empresa foi de 7,3% ante o mesmo período em 2019, explicada pela incorporação de 141,1 mil unidades consumidoras, além do maior tempo de permanência das pessoas em casa.
Outro destaque, nesse sentido, é o setor industrial, com alta de 9,6% no trimestre.
O setor de comércio e serviços foi fortemente impactado pela pandemia, por conta da restrição de horário de funcionamento, recuando 12,7% na comparação ano a ano.
A receita líquida da Cemig (CMIG3/CMIG4) registrou, de forma consolidada, uma alta de 5,8% na comparação anual, totalizando R$ 6,9 bilhões no quarto trimestre de 2020.
Porém, no acumulado do ano, a linha apresentou contração de 1,0%, totalizando R$ 25,2 bilhões.
No que diz respeito ao Ebitda consolidado ajustado da empresa, ele apresentou um aumento de 23,6% na comparação anual, em R$ 1,2 bilhão no trimestre – um valor acima das expectativas.
Os destaques do resultado são os seguintes: (i) o total de despesas operacionais da Cemig-D finalmente ficou dentro do limite regulatório imposto (R$ 14 milhões abaixo de sua cobertura regulatória); e (ii) o efeito positivo de R$ 191 milhões no Ebitda da Cemig-GT, devido à uniformização de práticas contábeis na Transmissora, o que contribuiu para o aumento do Ebitda consolidado.
A Cemig registrou um avanço de 136,2% no ano contra ano em seu lucro líquido no quarto trimestre de 2020, totalizando R$ 91,3 bilhões – acima das expectativas.
Seus números foram positivamente impactados por eventos pontuais em seu resultado financeiro. Como exemplo, temos a marcação a mercado da dívida de Eurobônus e de hedge associado (R$ 615 milhões na Cemig GT). Além disso, houve a remensuração de ativo mantido para venda (R$ 270 milhões na participação na Light, vendida em janeiro de 2021).
Ademais, houve outros fatores positivos. A empresa, por exemplo, vislumbrou uma redução de suas perdas totais para 12,56%, uma queda de 0,17 ponto percentual ante 2019, contra uma meta regulatória de 11,43% em 2020.
Ademais, a companhia contou com uma melhora de seu indicador de qualidade, mensurado pelo DECi (Duração Equivalente de Interrupções internas por Consumidor – medido em horas), que apresentou redução de 9,4% em relação a 2019.
Por fim, a Cemig (CMIG3/CMIG4) anunciou a proposta de distribuição de R$ 1,45 bilhão em dividendos. Isso equivale a um payout de aproximadamente 51%, com retorno em dividendos de 7,2%.
A Assembleia Geral Ordinária da companhia para aprovação do resultado relativo ao exercício de 2020 está prevista para ser realizada no dia 30 de abril de 2021, ou seja, hoje.
Ao final do quarto trimestre de 2020, as ações da Cemig estavam cotadas a, aproximadamente, R$ 15,00.
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