O Fundo Verde, gerido pelo renomado gestor Luis Stuhlberger, registrou em 2021 o segundo ano com resultado anual negativo em sua história. No acumulado de 2021, o Verde FIC FIM apresentou uma rentabilidade negativa de -1,13%, apesar da alta de +2,14% em dezembro. De acordo com a Carta Mensal de dezembro do fundo, o grande responsável pelo desempenho negativo no ano foi a exposição em ações no Brasil.

A análise do próprio Sthulberger afirma que o principal erro da gestão ao longo de 2021 foi não ter conseguido defender a enorme deterioração do mercado de ações brasileiro. Em outras palavras, a falta de posições de hedge, como o fundo já havia feito em outros momentos difíceis, foi capital para o resultado apresentado.

A exposição média comprada do fundo em ações no Brasil foi em torno de 27% no ano, com uma perda nessa carteira em torno de 21%. Na carta, a justificativa para tal exposição consiste em três fatores: avanço da vacinação no decorrer de 2021, reabertura da economia com aceleração do crescimento e o aperto gradual das taxas de juros pelo Banco Central, sem, no entanto, atrapalhar sobremaneira o valuation das companhias.

O Fundo Verde acertou na análise dos primeiros itens. Realmente a vacinação no Brasil avançou e, atualmente, grande parte da população já está recendo a terceira dose. Como consequência, houve também a reabertura da economia. A perspectiva que o Verde havia desenhado para o mercado brasileiro foi bem até meados de julho. Contudo, o conturbado segundo semestre do ano passado, com toda a discussão sobre a PEC dos Precatórios, afetou significativamente o preço dos ativos.

Cenário global e 2022

“O mercado global trouxe alegrias e frustações ao longo de 2021 para o fundo”, é como Stuhlberger descreve a exposição do fundo no mercado externo. Dentre outros ativos, o destaque no cenário global foram as alocações em cripto, commodities, crédito e moeda, que apesar de pequenas, adicionaram valor ao fundo e contribuíram para a estratégia de diversificação.

Além disso, o cenário de incertezas para 2022 domina tanto o mercado local quanto o externo. Nos EUA, por exemplo, temos o início de um “cruel” processo de aperto de política monetária, como adjetiva a carta do fundo. Pelas bandas de cá, não é surpresa que o grande ponto de atenção deve ser a eleição presidencial e sua complexidade, além de uma “forte desaceleração da economia”.

Por fim, com este cenário projetado para 2022, o Fundo Verde mantém posições compradas em ações em torno de 27.5% do portfólio (dos quais 23.5% no mercado local), posições tomadas em juros nos EUA e na Europa, alocação em juro real e inflação implícita no Brasil, e pequenas exposições compradas em rublo e petróleo.

Para conferir a carta de gestão de novembro do Fundo Verde na íntegra, clique aqui.

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