Você sabe o que é BDR de ETF? Neste artigo, iremos explicar o que é e como funciona esse modelo de investimento. Acompanhe mais abaixo!

Atualmente, o boom no mercado de ETFs (Exchange-traded Funds) tem chamado muito a atenção dos investidores, com o surgimento de cada vez mais produtos que oferecem exposição a criptomoedas e a ações estrangeiras, por exemplo.

Esse avanço marcou o ano de 2021 até agora. Porém, há um “outro tipo” de investimento que vem, atualmente, crescendo bastante em nosso mercado.

Trata-se dos BDRs de ETFs.

Para se ter ideia, de acordo com o Boletim Mensal BDRs de ETF da B3, em dezembro de 2020, o número de investidores em BDRs de ETFs era de 419.

Menos de um ano depois, com referência em setembro de 2021, o número de investidores com posição em custódia na classe já se aproxima dos 10,8 mil.

Ademais, ainda segundo o consolidado da B3, desde novembro de 2020, os três BDRs de ETFs mais negociados são o BEGU39, BACW39 e BIXJ39.

Portanto, seguindo essa tendência de crescimento, trazemos este artigo a você, investidor, para apresentá-lo aos BDRs de ETF e suas principais características.

O que é BDR de ETF?

Primeiramente, é importante que se entenda o que são BDRs.

BDRs (Brazilian Depositary Receipts) consistem em certificados de “compra” (de depósito de valores mobiliários) emitidos no Brasil de ações ou de ETFs negociados nos mercados externos.

Tais certificados são negociados em nossa Bolsa, enquanto as ações ou ETFs comprados por meio desses certificados são negociados em Bolsas estrangeiras, principalmente dos EUA.

Na prática, o investidor que comprar um BDR de ETF estará exposto às ações que compõem o índice do ETF internacional em questão.

Dessa forma, os BDRs podem ser vistos como uma alternativa de diversificação de investimentos.

Como funcionam os BDR de ETF?

Bom, o funcionamento de um BDR de ETF é muito similar ao de um BDR de ação.

Basicamente, você adquire um "certificado de compra" de um ETF que é negociado lá fora.

Em outras palavras, você não compra o ETF diretamente, mas, sim, esse certificado que garante que você tem a posse de uma parcela dele (ou do todo).

Nesse sentido, o investidor que comprar um BDR de ETF que, por exemplo, está atrelado ao índice S&P500, estará exposto a todas as ações que compõem esse índice de mercado.

Isso é diferente do que acontece quando o investidor compra o BDR de uma ação. Nesse caso, ele fica exposto somente a esse ativo.

Mas... Como é o procedimento para que esses BDRs sejam negociados no Brasil?

Para que os BDRs de ETFs sejam emitidos no Brasil, o administrador dos ETFs no exterior deve firmar um contrato no nosso país com alguma instituição depositária, a qual será responsável por emitir os BDRs.

Para um melhor entendimento desse processo, vejamos o que explica a B3 em seu site:

A instituição depositária tem como responsabilidade garantir que os BDRs de ETF emitidos no Brasil, de fato, estejam lastreados nos valores mobiliários emitidos no Exterior.

Desta forma, a instituição depositária mantém uma conta em um custodiante no exterior onde permanecem depositados e bloqueados os respectivos valores mobiliários utilizados como lastro dos BDRs de ETF.

A instituição depositária deve garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos valores mobiliários no Exterior e dos BDRs emitidos”.

Além de conhecer o modelo de funcionamento desses produtos, é importante também saber suas características técnicas.

A principal característica à qual o investidor deve ficar atento é o código de negociação.

Os Brazilian Depositary Receipts de ETFs são negociados sob um ticker composto por 4 letras maiúsculas, que representam o nome da empresa, e pelo número 39, que representa os BDRs de Exchange Traded Funds.

Quais são as vantagens e desvantagens?

Assim como todas as formas de investimento, os BDR de ETF também possuem suas vantagens e desvantagens.

Dentre as vantagens, podemos começar citando o fator da diversificação.

O mercado de ETFs em alguns países é muito mais desenvolvido do que aqui no Brasil.

Dessa forma, os BDRs de ETFs oferecem a chance de o investidor ter um leque de opção muito maior.

Ou seja, é uma janela enorme que vem sendo aberta para o investidor brasileiro, que, a partir de agora, já começa a possuir uma variedade bem grande diante dos seus olhos, com BDRs de ETFs de Renda Fixa, Renda Variável, Minérios etc.

Ademais, vale citar que há ETFs temáticos, ETFs de tendências etc. nos EUA e em mercados desenvolvidos em um grau muito maior que no Brasil.

Outro ponto positivo para esse tipo de investimento consiste no baixo custo.

Essa característica é, em geral, muito comum aos Fundos de Índice (outra nomenclatura para ETFs).

O investidor tem exposição a uma cesta grande e diversificada de ativos por um custo menor do que outras categorias de Fundos de Investimento, como os de Ações e Multimercados.

No caso dos BDRs de ETFs, a grande maioria deles não cobra taxa de administração aqui no Brasil.

Portanto, o investidor paga apenas a taxa cobrada no mercado de origem do ETF.

Aqui, para dar mais luz a essa diferença, podemos usar de exemplo os ETFs brasileiros que replicam determinado índice comprando cotas de outros ETFs negociados no exterior.

Nesses casos, as gestoras cobram a taxa de administração do Fundo aqui no Brasil mais a taxa do Fundo de Índice alvo.

Além disso, como ponto positivo também há a questão da acessibilidade.

Por mais que esteja cada vez mais fácil investir em outros mercados, muitos investidores ainda têm receio de fazê-lo ou preferem investir por meio das corretoras brasileiras.

Os BDR de ETF são negociados nas corretoras do nosso país, assim como as ações e os ETFs brasileiros.

Assim, o investidor não precisa mais ter conta lá fora para acompanhar os maiores índices do mercado global de investimento.

Por último, mas não menos importante, a liquidez dos BDR de ETF são iguais à das ações (D+2).

Agora, no lado das desvantagens, a mais importante e à qual o investidor deve ficar atento é referente à falta de liberdade.

Ao comprar o BDR de ETF, o investidor estará basicamente investindo nas ações que compõem o benchmark do ETF.

Ou seja, caso alguma dessas ações esteja caindo, não há nada que o investidor possa fazer.

Importante mencionar que é de suma importância que o investidor conheça o ETF que se está sendo comprado por meio do BDR.

Após a análise das vantagens e desvantagens, a decisão final é sempre sua, investidor, que deve analisar se esse modelo de investimento se encaixa em suas expectativas.

Como investir em BDR de ETF?

O processo para negociar BDRs de ETFs na B3 é similar ao processo de investir em ações.

O investidor que desejar investir no BDR vai precisar abrir uma conta em alguma corretora de valores.

E, por fim, através da home broker da corretora, o investidor consegue comprar os BDRs.

Quer saber mais sobre o mundo dos ETFs? Recomendamos a leitura deste nosso artigo: Você sabe o que são ETFs? Entenda como eles funcionam aqui!

Esperamos que este artigo tenha ajudado você, investidor, a entender melhor o BDR de ETF.

Caso tenha alguma dúvida, deixe seu comentário abaixo. Estamos sempre prontos para ajudá-lo!

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