O diretor-executivo de Finanças da Vale, Luciano Siani, afirmou nesta terça-feira, 10, no Reuters Commodity Trading Summit, que a companhia só deverá atingir a capacidade de produção de 450 milhões de toneladas de minério de ferro por volta de 2025 ou 2026. A mineradora brasileira descarta despejar capacidade excessiva da commodity no mercado, o que pressionaria os preços do minério de ferro para baixo.
"Vamos ser responsáveis, não vamos inundar o mercado com minério de ferro", disse em entrevista virtual. "A intenção não é despejar excesso de capacidade nos mercados para atingir as 450 (milhões de toneladas). É ter capacidade disponível para atender as necessidades do mercado se necessário", completou.
Para atingir esse volume de produção, o executivo destacou que a Vale tem o desafio de obter licenças em suas operações no Norte que permitam à mineradora operar a plena capacidade mesmo em períodos chuvosos. Isso permitiria a produção de 230 milhões de toneladas de minério anuais na região. Vencida essa etapa, a Vale teria ainda que viabilizar uma produção adicional de 30 milhões de toneladas, o que já está em desenvolvimento inicial.
O outro desafio, explicou, é retomar operações impactadas pelo desastre com a barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019. De Minas Gerais viriam as outras 20 milhões de toneladas para chegar ao total de 450 milhões de toneladas. Antes disso, entretanto, a mineradora ainda precisa alcançar a produção anual de 400 milhões de toneladas, meta interrompida pela tragédia.
Siani destacou que isso passa pela recuperação das barragens da companhia mas que, para reduzir a dependência dessas estruturas, a Vale está investindo no desenvolvimento de processos de filtragem que seriam uma alternativa para a retomada das operações plenas em complexos como Brucutu, Itabira e Vargem Grande.
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Por Mariana Durão