Após 8 anos de espera por aprovação, o primeiro ETF de Bitcoin dos EUA registrou a segunda maior estreia da história, com quase US$ 1 bilhão em volume negociado. O ProShares Bitcoin Strategy ETF, negociado sob o ticker “BITO”, foi listado na Bolsa de Nova York, nesta terça-feira (19), e sua estreia só fica atrás do US Carbon Transition Readiness, da BlackRock, lançado em abril.

O ETF da ProShares fechou o dia com US$ 984 milhões, enquanto o produto da BlackRock terminou seu dia de estreia com US$ 1,16 bilhão em volume. Na terça-feira, os investidores negociaram mais de 24 mil cotas do BITO, com os preços variando entre US$ 40 e US$ 42,15.

Importante destacar que o ETF em questão não investe diretamente em Bitcoin. Nesse caso, o ETF da ProShares acompanha os contratos futuros da criptomoeda negociados na bolsa de derivativos de Chicago. Ou seja, o ETF não detém diretamente a moeda digital, como, por exemplo, faz o Bitcoin Trust, da Grayscale.

Entretanto, apesar da empolgação e do otimismo da aprovação para contratos futuros, o qual ajudou a impulsionar a alta do Bitcoin para mais de US$ 65 mil, algumas ponderações devem ser feitas. Em entrevista ao portal Valor Investe, Bruno Ramos de Sousa, diretor jurídico e de compliance da Hashdex, explica que há dois tipos de ETFs de criptomoedas propostos nos Estados Unidos.

“O primeiro é o ‘spot’, que compra Bitcoin e é o modelo que temos nos ETFs no Brasil. A outra opção é a de ETFs baseados em contratos futuros de Bitcoin, que é uma exposição indireta; o ETF não tem Bitcoin, mas derivativos. Esses ETFs de futuros não acompanham bem a variação da cotação do Bitcoin, porque os contratos têm vencimentos, há um custo de atualização conforme eles vão vencendo e é preciso montar novas posições. Essa variação é estimada entre 10% e 15% em relação à variação total do Bitcoin. Não é um instrumento ideal”, explica diretor.

Por fim, ele conclui dizendo que o próximo passo é a exposição direta ao Bitcoin. “O próximo passo, que é o que todo mundo espera de verdade, é a aprovação do ETF com exposição direta a Bitcoin. Isso ainda não tem previsão e nossa estimativa é que vai demorar talvez mais de um ano”.

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