Opiniões e análises de qualidade no mercado financeiro são sempre válidas aos investidores - e, mais que isso, são até mesmo escassas. 

Assim, sempre que nos deparamos com elas, vale tirar um tempinho para dedicar-se a uma leitura atenta. No fim das contas, bons investimentos e boas tomadas de decisão partem de um ponto de vista estruturado e analítico.

Nessa linha, encontra-se a análise realizada mensalmente pela SPX, que conta com o reconhecido Gestor Rogério Xavier, em suas Cartas de Gestão.

Na última divulgada, a Carta de Fevereiro - 2021 | SPX (Multi), intitulada “Navegar é fácil”, a gestora trouxe um panorama válido das situações dos mercados neste momento - e no que se desenha -, comentando as consequências das posturas adotadas diante da pandemia e analisando os ativos nesse contexto. 

No início do material, que se estrutura a partir de uma leitura dos mercados comparando o ato de investir com o de navegar, a gestora mostra como, mesmo na situação pela qual passamos, há (e houve) ainda oportunidades de investimentos. Diferentemente de muito que se vê em noticiários e afins, onde a histeria reina, então, a SPX olha para a economia e os ativos de modo racional: “O choque econômico da pandemia trouxe profundas mudanças estruturais na economia global e gerou ventos favoráveis para uns e correntes arrebatadoras para outros. A crise levou os governos a políticas monetárias altamente estimulantes e fiscais amplamente expansionistas. Esse maremoto econômico trouxe enormes dificuldades de navegação para muitos negócios, alguns tendo suas atividades completamente interrompidas; ao mesmo tempo em que criou oportunidades para novos empreendimentos.”

 Para a SPX, um desses novos empreendimentos que surgiram durante a crise são os produtos e serviços que se adequaram à nova realidade que tomou conta do mundo, de alta conectividade. Segundo ela: “Com o mundo tendo que se manter conectado de forma remota quase instantaneamente, cresceu enormemente a demanda para produtos e serviços adequados a essa nova realidade.”

Sobre a postura do mercado em fevereiro, a gestora destaca o avanço da vacinação em alguns países como um fator decisivo na postura vista. Para ela, no período, “o mercado continuou reajustando as expectativas de retomada do crescimento global, e a onda de otimismo em relação ao sucesso das diversas vacinas contra a Covid-19 continuou. Os programas de vacinação seguiram em ritmo acelerado [...], trazendo maior confiança em relação à reabertura das atividades e à redução gradual do isolamento social nos países desenvolvidos”

No cenário externo, a SPX destaca como os Estados Unidos ainda dependem da política monetária expansionista para reforçar a sua economia. Sobre o país norte-americano, a gestora diz: “o Senado aprovou no início de março um pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão, a ser ratificado pela Câmara, reforçando o suporte à economia americana, que ainda conta com o vento a favor de uma política monetária expansionista no curto prazo.


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Na Europa, a SPX espera um “aumento do ritmo de compras de ativos pelo BCE”. Já no caso da China, outro mercado de grande importância para a nossa economia, “os indicadores de atividade de fevereiro vieram abaixo das expectativas, mas acreditamos que as razões estejam principalmente ligadas a distorções relacionadas à Covid-19 e à sazonalidade latente. Embora esperemos em março um ajuste positivo devido a esses fatores, acreditamos que a aceleração da atividade industrial no país já tenha feito pico. O Banco Central chinês deve permanecer prudente, flexível e razoável na condução de sua política monetária”, disse.

Como bem comentou a SPX, daqui em diante, os ativos e países que se aproveitaram da política expansionista monetária vista ao redor do globo devem se sair melhor, com uma diferenciação entre eles e aqueles que ficaram à deriva - que é um pouco a situação do Brasil. Nas palavras da Gestora: “a maré - nível de juros globais - está subindo e deve trazer à tona uma diferenciação maior entre as empresas e países que aproveitaram o vento favorável dos estímulos globais para investir em atividades e reformas geradoras de crescimento e os que ficaram à deriva, ao sabor do vento.”

Por fim, sobre o Brasil, a SPX ressalta que o País “continua sofrendo com a pandemia, e registrou níveis recordes de infecções e mortes em fevereiro. Com o atraso no programa de vacinação, o prognóstico para o mês de março não é dos melhores, dificultando uma retomada definitiva do crescimento da economia.” Assim, por essa razão, acabamos por nos assemelhar “a um grande navio à vela, que embora não esteja totalmente à deriva, tampouco tem força própria nas turbinas e segue dependente de ventos favoráveis para crescer.”

Outro fator que contribui para esse “posicionamento” do Brasil no mercado global é a “combinação do câmbio depreciado com alta de commodities”, que “traz ventos inflacionários para o país, tornando mais difícil também a navegação equilibrada da política monetária e uma execução responsável da política fiscal.”

Especificamente sobre a questão fiscal, a gestora ressalta como “a pressão interna para aumento de gastos aumentou, e apesar de o governo ter conseguido evitar a derrubada do teto de gastos nas emendas à PEC do auxílio emergencial, este cedeu à pressão ao trocar o comando da Petrobras e zerar os tributos federais sobre os combustíveis, em uma tentativa de melhor controlar e reduzir o impacto do aumento de preços desse insumo aos caminhoneiros.”

Sem dúvidas, por tudo que se viu aqui, realmente não estamos passando por uma situação simples. Porém, há uma saída. Escolher bons ativos, neste momento, é mais necessário que nunca. Diversificar, também. Uma lição que vem se mostrando regra é como é importante alocar em ativos internacionais, e não apenas investir internamente, para conseguir uma exposição mais ampla a movimentos benéficos de mercado, além de reduzir risco. “No fim das contas”, reiterando uma frase dita no começo deste artigo, “bons investimentos e boas tomadas de decisão partem de um ponto de vista estruturado e analítico.”

Para fecharmos, deixamos a conclusão da SPX sobre o seu ponto de vista observado na Carta - sem dúvidas, de extrema importância: “Buscar um novo equilíbrio entre as ferramentas disponíveis nos parece ser o caminho à frente, sob o risco de rumarmos para a deriva. Navegar não é fácil.”

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