Em um ambiente de incertezas sobre o futuro do Brasil, na esteira da pandemia do novo coronavírus, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 1,514 bilhão em novembro, informou nesta sexta-feira (18) o Banco Central. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 8,735 bilhões.

O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 1,0 bilhão a US$ 2,4 bilhões, com mediana de US$ 1,2 bilhão.

Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de novembro indicaria entrada de US$ 1,0 bilhão.

Acumulados

No acumulado do ano até novembro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 33,428 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 36 bilhões. Este valor foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

No acumulado dos 12 meses até novembro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 36,253 bilhões, o que representa 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investimento em ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 6,070 bilhões em novembro, informou o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo em US$ 274 milhões.

No acumulado do ano até novembro, o saldo ficou negativo em US$ 8,301 bilhões.

Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou negativo em US$ 639 milhões em novembro. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido positivo em US$ 434 milhões. No acumulado do ano até novembro, os fundos registram saídas líquidas de US$ 1,313 bilhão.

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 1,357 bilhão em novembro. No mesmo mês do ano passado, havia ficado negativo em US$ 2,230 bilhões. No ano, o saldo em renda fixa ficou negativo em US$ 2,587 bilhões.

Taxa de rolagem

O Banco Central informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 181% em novembro. Esse patamar significa que não houve captação de valor em quantidade suficiente para rolar compromissos das empresas no período.

O resultado ficou abaixo do verificado em novembro do ano passado, quando a taxa havia sido de 39%.

De acordo com os números apresentados nesta sexta pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 175% em novembro. Em igual mês de 2019, havia sido de 6%. Já os empréstimos diretos atingiram 183% no mês passado, ante 48% de outubro do ano anterior.

No ano até novembro, a taxa de rolagem total ficou em 81%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 61% e os empréstimos diretos, de 87% no período. O BC estima taxa de rolagem de 85% para 2020.

Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

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