O mercado de investimentos muda constantemente. Os ativos que estão em alta, os setores com maior potencial de crescimento, os ciclos, as tendências, o “pano de fundo” macroeconômico – todos esses fatores não são 100% estáveis.

Porém, existem princípios, ou melhor, fundamentos na hora de se escolher uma ação, por exemplo. Grandes investidores, como Buffett, nos ensinaram – e constantemente ensinam – isso.

Mas, e um evento de proporções globais e enormes consequências não apenas para os ativos e os mercados, mas também para o modo como vivemos, como a pandemia do coronavírus? Sem dúvidas, a pandemia que enfrentamos virou algumas chaves no universo dos investimentos.

Assim, a pergunta que fica é: Quais mudanças na hora de se avaliar e escolher os investimentos e seus motores de geração de valor podem ter sido impulsionadas por todo o contexto atual?

Para responder a essa pergunta, nada melhor que nos basearmos em pontos de vista de qualidade.

Nessa linha, a gestora Hix Capital, em sua Carta de Gestão do 2º semestre de 2020, lançada há pouco, trouxe uma análise qualitativa de extrema importância sobre uma dessas mudanças: os motores de geração de valor de um negócio.

Para a gestora: “Os graves efeitos da pandemia aceleraram, de diversas formas, a maneira com que clientes se relacionam com empresas e a adoção de novas tecnologias na busca interminável por aumento de eficiência em um cenário desafiador.”

Em 2013 e 2014, na visão da Hix, “as pessoas certas, alinhadas por um proposito em comum e envolvidas por uma cultura vencedora, eram os componentes mais importantes das companhias que atingiam resultados excepcionais.” Porém, o jogo mudou um pouco.

De lá para cá, o avanço tecnológico e a importância da inovação para ganhar espaço dentro do mercado – ou para, até mesmo, criá-lo – cresceram em proporções nunca vistas. Além disso, o “fator pandemia” contribuiu, e muito, para esse crescimento. No Brasil, por exemplo, o avanço do e-commerce e dos serviços em web foi impulsionado justamente por esse fator. É claro, seria uma tendência que empresas tivesse, hora ou outra, de se voltar para seus negócios digitais, dando um foco maior a eles; mas ela demoraria anos para acontecer.

Segundo a gestora: “Na primeira década dos anos 2000, as metodologias de gestão eficiente, cujos garotos propaganda foram a “dupla” Falconi e Ambev, eram vistas como imbatíveis na geração de valor aos acionistas. Estes “inovaram” ao criar um modelo inspirado na cultura japonesa e levar a eficiência das empresas do grupo a níveis antes não imagináveis. Orçamento Base Zero, Gerenciamento Por Diretrizes, six sigma e seus black belts, entre outros métodos, ajudaram a uniformizar a qualidade, aumentar margens e reduzir capital de giro, liberando volumes gigantescos de capital, que foi canalizado para expansão via aquisições [...] Infelizmente, esse tipo de inovação, caracterizado por Clayton Christiansen como inovações de eficiência, teve um limite de geração de valor, à medida que o Market share atingiu limites superiores, uma vez que ele não houve aumento do mercado endereçável pelos produtos vendidos pela empresa.”


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Nesse cenário, então, surgiu uma mudança de endereçamento dos investimentos – e dos investidores. Como a própria Hix coloca: “Em busca de investir em empresas que fossem capazes de continuar criando valor, investidores passaram a buscar com mais afinco empresas inovadoras e que crescem organicamente a taxas elevadas.”

Essas empresas são aquelas que “apostam em inovações disruptivas” e “apresentam uma nova forma de abordar um problema, serviço ou produto”. Desse modo, para a gestora, elas “tendem a expandir o mercado endereçável ou até mesmo criar um mercado [...]. Quando esse tipo de inovação se combina com um modelo de negócios que traz alta rentabilidade, a oportunidade de criação de valor é extraordinária.”

Sobre os “processos” dessas empresas, a gestora diz: “A velocidade com que a capacidade de processamento de dados evolui, a inovação de empreendedores destemidos e o acesso a um crescente mercado de capital de risco tem criado empresas enxutas, com tecnologia no centro do negócio, processos mais eficientes e com capacidade de entregar novos produtos e serviços diferenciados e/ou por uma fração do preço de produtos e serviços existentes.”

É aqui, então, que entra uma mudança importante, na visão da Hix, para os ativos do mercado. O que eram antes vantagens competitivas de negócios mais sólidos, nesse novo cenário, pode não mais ser. De acordo com a gestora, a “consequência tem sido a destruição de vantagens competitivas em rapidez e escala antes não conhecidas e, principalmente, desafiando a posição de incumbentes maduros, com seus sistemas legados e organizações mais pesadas, que possuem dificuldade de se movimentar de maneira tão ágil quanto estes novos entrantes.”

E isso tem um motivo. No mercado atual, por conta da “velocidade com que é possível metrificar dados em um mundo mais digital e com grandes disrupções nas cadeias de suprimentos, a eficiência vem cada vez mais da capacidade das empresas em identificar inovações e se organizar para entregá-las de maneira contínua e rápida aos seus clientes.” Por isso, por exemplo, é comum que o fator inovação seja tão ressaltado como importante no universo dos investimentos.

Adquirir uma tecnologia ou adotar uma estratégia de renome, atualmente, não é algo complicado para uma empresa de médio porte. Assim, a diferença entre aquela que gera valor reside, justamente, na maneira como se aplica uma tecnologia, na maneira como se adota uma estratégia, no modo como se inova no mercado. Para a gestora: “A única forma de se manter à frente de seu mercado é garantir que todos os dias o seu time esteja cavando mais profundamente este fosso através de melhorias de processos e inovações.”

Por fim, a Hix ressalta, ao final de sua análise, um ponto importante sobre sua gestão: “Se, na década passada, acreditávamos que pessoas certas alinhadas por um propósito em comum era fator crítico de sucesso para a performance de uma companhia, atualmente isso apenas se acirrou. Ao mesmo tempo, características de alinhamento, que esperávamos encontrar nas melhores empresas, como meritocracia e visão de dono dos executivos, são ainda mais essenciais para manter um grupo de pessoas de alto potencial engajados com um projeto.”

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