A expressividade dos Fundos de Renda Fixa ainda é alta em nosso cenário.

De acordo com o levantamento Big Data da Smart Brain, os Fundos dessa classe obtiveram participação de 30,99% na composição da carteira média dos investidores em março.

E, segundo o último balanço mensal divulgado pela Anbima, referente a fevereiro, os Fundos de Renda Fixa ocupam a primeira posição em participação no Patrimônio Líquido geral dos Fundos de Investimento, com R$ 2,255 trilhões em fevereiro e participação de 36,62% no geral, a qual já foi consideravelmente maior, de 44% em 2018

Mesmo com a queda, vê-se a expressividade dessa classe, que tem como Fundos mais conhecidos, em nosso cenário, os de Renda Fixa Referenciado DI.

Porém, esses não são os únicos “tipos” – ou melhor, as únicas estratégias, dentro dos Fundos de Renda Fixa.

Há, também, os Fundos de Crédito Privado, que, mesmo menos conhecidos, podem ser boas opções de investimento.

Neste artigo, então, explicamos tudo sobre os Fundos de Crédito Privado, focando, principalmente, os Crédito Privado High Yield e High Grade.

Acompanhe mais abaixo.

Boa leitura!

O que são Fundos de Crédito Privado?

Em suma, Fundos de Crédito Privado tem como estratégia investir em títulos de crédito de empresas (ou banco) privadas.

Para ser classificado pela CVM como tal, esses Fundos precisam investir 50% do patrimônio em Direitos Creditórios), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), CDBs (Certificado de Depósitos Bancários), entre outros tipos de ativo relacionados a essa categoria.

Ademais, vale ressaltar o que são títulos de crédito privado.

Esses títulos consistem em títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos para projetos e afins.  

Assim, ao investir em Fundos que adquirem esses títulos, o investidor está indiretamente emprestando seu dinheiro para essas empresas a fim de obter, ao final do período do título, o dinheiro investido mais os juros da aplicação.

Há duas maneiras de se obter retorno nesses Fundos: a tradicional e a por meio da gestão ativa no mercado secundário.

Vejamos as duas em mais detalhes.

Como funcionam os Fundos de Crédito Privado?

Como dissemos, há duas maneiras de o gestor de um Fundo de Renda Fixa Crédito Privado obter retornos para seus cotistas.

Na primeira, a tradicional, o retorno é gerado por meio de juros pagos ao longo do tempo pelas empresas que emitiriam os títulos.

Já na segunda, a de Gestão Ativa no Mercado Secundário, o Gestor do Fundo compra e vende os títulos de dívidas no mercado. Na prática, esse mecanismo é parecido com o de uma estratégia de um Fundo de Investimentos em Ações (FIA), só que, nesse caso, o que é comprado e vendido são títulos de dívida.

Agora, falemos sobre as duas estratégias dentro do Crédito Privado: a High Grade e a High Yield.

Fundos de Renda Fixa Crédito Privado: High Yield e High Grade

Basicamente, essa nomenclatura é bastante simples e tem a ver com os graus de risco e de retorno dos títulos de dívida emitidos pelas empresas.

Em suma, o que mais influencia o potencial de retorno de um Fundo de Renda Fixa Crédito Privado é a qualidade e o tipo dos ativos que são comprados pelo Fundo.

Quanto maior o potencial de retorno do Fundo, maior será seu risco.

Quanto menor o potencial de retorno, mais seguro é o Fundo.

Um Fundo com estratégia de Crédito Privado High Yield tem maior potencial de retorno em relação a um com estratégia Crédito Privado High Grade.

E por qual motivo isso se dá?

Basicamente, pelo fato de títulos High Grade serem ativos de maior qualidade, com menor risco e menor potencial de retorno. Geralmente, esses são títulos emitidos por grandes empresas, com históricos de pagamento consistente.

Ademais, esses títulos são, na maior parte das vezes, avaliados com alta nota por agências de rating de riscos.

Já os Fundos de Crédito Privado High Yield são aqueles que investem em títulos de menor qualidade, com maior risco e maior potencial de retorno.

Ou seja: de empresas menores, que não possuem um histórico muito longo e não estão posicionadas entre as maiores do mercado.

Nesses casos, porém, o valor dos juros pago pode ser bem maior que o de títulos High Grade.

É seguro investir em Fundos de Crédito Privado?

Aqui, vale mencionar que Renda Fixa não é Retorno Fixo.

Assim como notícias e mudanças macroeconômicas influenciam o desempenho de uma ação na Bolsa de Valores, as notícias e mudanças macroeconômicas também impactam o mercado de títulos de Crédito Privado.

Portanto, não é raro observar retornos abaixo do CDI ou, até mesmo, negativos.

Tudo isso, é claro, depende da segurança do título e da empresa que o emitir.

Porém, ao mesmo tempo, isso não significa que empresas que emitem títulos High Yield (relembrando: com alto potencial de retorno, mas mais arriscados) irão deixar de pagá-los em uma situação adversa.

Tudo depende muito do “caso a caso”.

Ademais, quanto mais ativos arriscados um Fundo de Crédito Privado possuir, maior será o prazo de liquidez para o resgate cair na conta.

É preciso analisar com cautela Fundos que, ao mesmo tempo, tenham ativos mais arriscados e prazos de liquidez mais curtos.

Na maior parte das vezes, quanto maior o prazo de duração de um título de Crédito Privado, maior será o retorno potencial.

High Yield ou High Grade: Qual é o melhor para agora?

Bom, como tudo no universo dos investimentos, a resposta, aqui, é relativamente subjetiva.

De maneira geral, podemos afirmar que, caso o investidor esteja buscando um investimento mais seguro, não se importando, com isso, em não alcançar um alto retorno, os Fundos de Crédito Privado High Grade são os mais recomendados.

Agora, caso o investidor esteja buscando maiores retornos, vale considerar os Fundos de Renda Fixa Crédito Privado High Yield.

Esses Fundos conseguem, não raramente, retornos bem acima do mercado – ainda mais, é claro, se os comparamos com os retornos obtidos por outros Fundos de Renda Fixa.

Porém, um ponto importante precisa ser citado: Fundos de Crédito Privado High Yield podem, ao mesmo tempo, acarretar riscos até semelhantes aos de Fundos de Ações para o investidor.

Nesse caso, vale colocar na balança os dois tipos de Fundos, pois os de Ações tendem, pela natureza do ativo em que investem, a obter maiores retornos que os Fundos de Renda Fixa (mesmo os High Yield).

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