O Fundo Verde, que possui como gestor o renomado Luis Stuhlberger, teve ganhos em duas frentes no mês de setembro, tanto nas posições em juros nos mercados desenvolvidos quanto na posição em juro real no mercado brasileiro, enquanto as perdas vieram do book de ações por aqui, segundo a Carta de Gestão de Setembro divulgada recentemente.
Mesmo diante de perdas nas ações, o Fundo se posiciona levemente favorável ao investimento nessa classe da renda variável, pode-se afirmar. De acordo com o Verde, "uma série de boas empresas estão negociando a valores bastante interessantes", e o Fundo está, "seletivamente e com disciplina, aumentado posição neste mercado."
Em relação ao cenário macroeconômico global que se desenha, o Fundo Verde o enxergar como um "xadrez multi-dimensional" em que diferentes desequilíbrios derivados da pandemia seguem causando dúvidas e afetando, desproporcionalmente, mercados. "Do lado da demanda, temos economias reabrindo super-estimuladas por injeções fiscais sem precedentes, embora esses impulsos já estejam desacelerando. [...] O lado da oferta tem tornado esse processo ainda mais complexo. Temos políticas nada sincronizadas de gestão da COVID entre diferentes países do mundo, que acabam tendo impactos muito além de um só país [...]."
Nesse contexto, a precificação de ativos e setores segue prejudicada - ou, ao menos, inflada. De acordo com o Fundo Verde, a "economia global está vivendo um enorme ciclo de reestocagem, e provavelmente o crescimento em várias indústrias parece maior do que de fato é, exacerbando os efeitos no preço de muitos bens (e ativos) e dificultando a projeção para a frente."
O Fundo Verde, assim, segue posicionado de maneira estratégica, conforme a banda toca. No mercado dos EUA e da Europa, o Fundo segue com a visão de que a direção dos juros é para cima - porém, reduziu posição nesse mercado. No Brasil, na contramão, o Fundo tem se posicionado aumentando posição nesse mercado.