O Ether (ETH), segunda maior criptomoeda do mundo em volume de mercado, também chamada de Ethereum, nome da rede de blockchain na qual o ETH é transacionado, passou por uma alta vertiginosa nos últimos meses, superando a marca de US$ 4 mil e acumulando uma valorização em dólares de mais de 1.500% nos últimos 12 meses. O movimento acompanha a atualização do blockchain, chamado de ETH 2.0, que promete reduzir o congestionamento da rede, aumentar sua capacidade operacional e reduzir os custos das transações.

Soma-se a essa nova atualização o fato de que o mercado de criptomoedas vem passando por um momento conhecido como “altseason”, caracterizado por uma performance melhor dos ativos considerados alternativos em comparação com o Bitcoin (BTC), que é a moeda dominante. Para ilustrar a dimensão desse fenômeno, a dominância do Bitcoin no mercado de criptomoedas caiu de 60% para 49% apenas durante o mês de abril. Essa conjuntura levanta novos questionamentos por parte dos investidores em torno do potencial de ativos alternativos, das possibilidades existentes dentro da rede Ethereum e de uma eventual ameaça à hegemonia do BTC.

Se tratando de potencial de valorização, Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, plataforma digital de criptomoedas, observa que a tendência é que o Bitcoin continue sendo a moeda com maior valor de mercado, mesmo que o Ether siga acumulando uma valorização mais acelerada em termos percentuais. “O Bitcoin acaba sendo o ‘carro chefe’, e muito mais pessoas estão fazendo Hold dessa moeda. Por isso seu valor ‘de face’ tende sempre a ser maior do que o da Ethereum.”

Ney Pimenta, CEO do marketplace de criptomoedas BitPreço, enxerga, por outro lado, uma possibilidade de crescimento ainda mais robusto do ETH, e vê uma chance de que a moeda possa se aproximar do Bitcoin em valor de mercado. “[O Ether] Ainda será por muito tempo a segunda maior criptomoeda do mundo, e em alguns anos poderá ameaçar a hegemonia do Bitcoin”, conclui.

NFTs

Além do momento de altseason e da nova atualização da rede, Bruno Milanello, executivo da área de investimentos da corretora brasileira de criptomoedas Mercado Bitcoin, destaca a popularização dos non-fungible tokens (NFTs) e do conceito de finanças descentralizadas (DeFi), ambos operando no blockchain da rede Ethereum, dentre os motivos para a alta do preço da moeda.

Os NFTs funcionam como certificados de propriedade de ativos digitais, que asseguram ao proprietário os direitos sobre o ativo em questão. Sendo assim, adquirir um NFT seria o equivalente a adquirir aquilo que ele representa, que pode ser uma obra de arte, uma imagem, uma música, dentre outras coisas.

Já o conceito de DeFi, abreviação de “Decentralized Finance”, se trata de uma definição ampla para toda a tecnologia em blockchain que permite a realização de operações financeiras sem a necessidade de um intermediário tradicional, como um banco ou uma casa de investimentos. Essa tecnologia visa construir todo um sistema financeiro descentralizado, e teve o Bitcoin como seu primeiro representante, mas ganhou novas dimensões com o crescimento da rede Ethereum e os chamados contratos inteligentes.

Esses novos mercados são empolgantes, recheados de novidades e incertezas, e trazem ao mesmo tempo grandes possibilidades e grandes riscos que se refletem na rede Ethereum. Toda essa imprevisibilidade torna difícil dizer até onde pode chegar a segunda maior criptomoeda do mercado, mas os resultados recentes já levantam o questionamento sobre a validade do uso do termo “altcoin”, ou moeda alternativa, para se referir ao Ether.

Por João Marinho.


*Este conteúdo foi produzido pela Equipe do Mercado News. A sua publicação na Levante Advice é fruto de uma parceria entre os dois portais.

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