O dólar opera em baixa no exterior e frente o real nesta quinta-feira (17). O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) fica em segundo plano, segundo operadores, porque repetiu boa parte do que foi dito no comunicado e ata do Copom, que manteve a Selic estável em 2% na semana passada.

No RTI, o Banco Central (BC) reafirma que os choques inflacionários atuais são temporários e também que o forward guidance (prescrição futura, no jargão em inglês) poderá ser retirado nas próximas reuniões, mas não deixou claro quando isso poderá acontecer. O Copom voltou a destacar que essas condições seguem satisfeitas, mas admitiu que em breve isso pode mudar, já que as projeções para 2022 estão se aproximando da meta de inflação para aquele ano, o que pode derrubar um dos critérios da prescrição.

O investidor já mira na coletiva com presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor de política econômica, Fabio Kanczuk. Ontem o dia foi de realização, com alta do dólar à vista diante da percepção de piora de riscos político e fiscal no Brasil.

A moeda americana opera em baixa maior que a do dólar janeiro nesta manhã, em meio a ajustes ao fechamento anterior. Lá fora, investidores reduzem posições na moeda americana após sinais de juros baixos nos EUA por longo período, promessa do Federal Reserve de aumentar os estímulos monetários e expectativas por um acordo iminente no Congresso americano para novos estímulos fiscais.

Mais cedo, o Banco da Inglaterra (BOE) anunciou manutenção da taxa básica de juros em 0,10% e do tamanho de programa de QE em 895 bilhões de libras. De acordo com o BOE, o PIB do Reino Unido no 4º trimestre deste ano provavelmente será mais fraco do que o projetado em novembro, mas destaca que a vacina para covid-19 provavelmente reduzirá riscos de baixa para perspectiva econômica.

Às 9h33 desta quinta, o dólar à vista caía 0,75%, a R$ 5,0649. O dólar futuro para janeiro recuava 0,31%, a R$ 5,0660.

Por Silvana Rocha

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