A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses subiu a 4,8% em novembro, ante um resultado de 4,7% obtido em outubro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em relação a novembro de 2019, houve estabilidade.

"Após a estabilidade no mês anterior, os consumidores voltam a fazer previsões ligeiramente maiores para a inflação nos próximos doze meses, seguindo a tendência de alta nas projeções dos analistas tanto para o final de 2020 quanto 2021. Vale ressaltar que o valor observado em novembro ainda é menor do que janeiro (5,0%), o que sugere certa ancoragem das expectativas, apesar dos choques de alguns itens importantes observados durante o ano, como os alimentos. Para o final de 2020 e 2021, é possível que a mediana se aproxime cada vez mais dos 5,0%, dado que não há perspectivas de choques favoráveis principalmente sobre os preços de alguns itens com peso significativo na cesta de consumo das famílias", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na distribuição por faixas de inflação, 60,1% dos consumidores projetaram valores dentro dos limites da meta de inflação de 4,0% para 2020, entre 2,5% e 5,5%, a maior parcela nos últimos seis meses.

Já a proporção de consumidores prevendo inflação abaixo do piso de 2,5% da meta de inflação para 2020 diminuiu 5,8 pontos percentuais, de 11,9% em outubro para 6,1% em novembro, a menor parcela dos últimos seis meses.

Na análise por faixas de renda, as famílias mais pobres, com renda mensal até R$ 2,1 mil, registraram aumento 0,1 ponto porcentual na previsão de inflação, enquanto as famílias de maior poder aquisitivo, com renda familiar acima de R$ 9,6 mil, mantiveram suas expectativas estáveis.

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor.

Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.

Por Daniela Amorim

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