A indústria de Fundos de Investimento vem, apesar da situação de incerteza em que nos encontramos, se mostrando cada vez mais resiliente e forte em nosso mercado.

Como disse Pedro Rudge, diretor da Anbima, sobre o resultado apresentado pelos Fundos no trimestre e neste início de ano: “Um ano após o início da pandemia, a indústria de fundos continua entregando bons resultados e demonstra, mais uma vez, a resiliência e confiança dos investidores.”

Isso, pois os resultados que vêm sendo apresentados pelos Fundos mostra como, cada vez mais, eles estão se tornando popular entre os investidores, como uma opção importante para a composição de suas carteiras.

Resultados do trimestre

No primeiro trimestre de 2021, os Fundos de Investimento tiveram uma captação líquida – ou seja, vislumbraram uma entrada de recursos – de R$ 83,8 bilhões, um crescimento de impressionantes 119% em relação ao mesmo período de 2020.

Com entrada de R$ 61,4 bilhões, os Fundos de Renda Fixa, ainda muito presentes em nosso mercado, foram os principais responsáveis pelo bom resultado da indústria no período (73,3% do total captado). Em 2020, a Classe teve um resultado negativo (resgate) de R$ 62,3 bi.

O desempenho atual dos Renda Fixa, acima do registrado no ano passado, se deve por alguns fatores. Em primeiro lugar, vale citar a nova tendência de alta da Selic, que, apesar de não ser tão expressiva, acaba beneficiando alguns investimentos desse tipo. Além disso, o fator de maior estabilidade nas curvas de juros (DI) podem, também, colaborar com essa maior atratividade que os Fundos de Renda Fixa estão, como mostram os dados, apresentando.

Logo depois deles, integram o podium os Fundos Multimercado, com recebimento de aportes no total de R$ 24,6 bilhões, o que representa um recuo em relação do mesmo período do ano passado (de 3,2%).

Os Fundos de Ações, por sua vez, tiveram um resultado, à primeira vista, não tão positivo: no trimestre, eles vislumbraram resgates líquidos de no valor de R$ 11,2 bilhões, ante R$ 46 bi. de entrada no mesmo período do ano passado.

Porém, apesar de a diferença parecer – e ser – grande, há um motivo em específico para esse desempenho atual, a amortização de um Fundo de Pensão que resultou em um resgate líquido acumulado de R$ 43,9 bilhões em janeiro deste ano.

Assim, é por conta desse fator “extra” que os Fundos de Ações vêm apresentando números, como dissemos acima, “à primeira vista”, não tão positivos em relação a entradas de recursos.

Como Pedro Rudge afirma: “A classe de ações tem registrado desempenho positivo desde 2018, atraindo investidores de forma descolada dos movimentos de mercado.”

Para fechar este tópico, o Patrimônio Líquido dos Fundos também vislumbrou um crescimento interessante no trimestre, de aproximadamente R$ 193 bilhões (ele saiu de R$ 6,062 tri. no início de janeiro para R$ 6,255 tri no resultado fechado de março).

Resultado mensal (março)

No mês de março deste ano, os Fundos de Investimento apresentaram uma captação líquida – entrada de recursos – de R$ 35,4 bilhões.

O resultado positivo foi puxado, principalmente, pelas Classes de Fundos de Renda Fixa e de FIDCs, estes últimos liderando em captação no período, com R$ 14 bilhões. Na sequência, entra os Renda Fixa, com R$ 12,1 bi.

Depois deles, os Fundos de Ações e os Multimercados foram os que apresentaram os melhores resultados, com captação, respectivamente, de R$ 6 bilhões e R$ 5 bilhões.

No caso dos Fundos de Renda Fixa, o tipo de Fundo responsável pelo resultado apresentado foram os Renda Fixa Duração Baixa Soberano, com R$ 21,9 bilhões de captação. Já no caso dos FIDCs, o segmento de Agro, Industrial e Comércio foi o destaque, com R$ 12,6 bilhões.

Os Fundos de Ações Livre despontaram na Classe de Fundos de Ações, com entrada de recursos no total de R$ 3,6 bilhões, enquanto, no caso dos Multimercados, os Multimercados Livre e os Multimercados Investimento no Exterior foram os destaques, com, respectivamente, captação de R$ 3,8 bi. e R$ 3 bi.

Os Fundos Cambiais e os FIPs apresentaram crescimento bastante moderado, de, na ordem, R$ 239 milhões e R$ 221 milhões. As outras Classes de Fundos apresentaram resultados negativos. Fundos de Previdência tiveram resgates líquidos de R$ 1,3 bi e ETFs, de R$ 1 bi.

Por fim, o Patrimônio Líquido dos Fundos no mês de março, em relação a fevereiro, foi de R$ 90,58 bilhões.

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